domingo, 8 de novembro de 2009

sábado, 5 de setembro de 2009

Tela

A cada pincelada,

O poema surge.

Uma música de fundo.

Não é a letra por todos conhecida.

Por isso, aperfeiçoo.

Mas a exaustão não me leva para perto do sonho.

Cada pincelada é oca,

Apesar de tão cheia de técnica.

Cada pincelada é cinzenta,

Apesar de tão cheia de cor.

Porque não pinto logo a tela de negro?

A técnica esvazia-me a alma,

A cor enegrece o q dela resta.

Porque não pinto a tela de branco?

Há que fugir antes q seja tarde demais...

Assim a mente viaja mais.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Cansaços vagos

Cansaços vagos
que me têm perdida.
Cansaços vagos
Que me desesperam.
Procuro silêncios,
Vagueiam
Sem ar para respirar.
Olhos de encantos
Muitos, me temem.
Deixo,
Livres
Voam os pensamentos.
encantos que se respiram,
Não temam.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Vampiros vs Licantropos



Que mania é esta de escrever sobre vampiros contra lobisomens?
E porque são sempre os primeiros os preferidos?

Qual raça preferes?


Tens alguma opinião sobre isto? Envia-a por e-mail ou simplesmente comenta...

sábado, 18 de abril de 2009

Poema do Inconstante

Tenho fome de uma nova história,
Conto-as eu nos caminhos da minha mente.
Inconstante é o olhar;
Na minha cabeça a chama ilumina as personagens,
A cena em constante movimento.
Elas querem visitar as folhas de papel,
Escorrer pelo cano da caneta,
Balas do meu ódio ensanguentadas:
Matei a minha paciência
e ela tarda a ressuscitar...

Oh, nunca serão contadas,
Eu sei...
A menos que o meu ego trabalhe...
Ele sempre entra nas horas erradas no meu quarto...
O chão fica escorregadio
E o mundo desliza.

E um dia, a minha dimensão pode mudar.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Tentei-me conter...

...Mas é impossível.

POOOOOORTO!!!!


Obrigada pela atenção dispendida...

domingo, 5 de abril de 2009

Al.. Quê?

Tenho algo muito importante para dizer!

O assunto é de extrema importância... É sobre...

Já vos tinha dito? Tenho algo de muito importante para dizer!

É sobre...

É engraçado, agora lembro-me de me terem dito que eu tinha Alzhei...
Isso agora não interessa! Tenho de vos contar uma coisa...

Acho que já vos contei...

Epá, se é assim, acho que me posso despedir.

Adeus...
Já disse?

Adeus!

(ok, não tenho a certeza de me ter despedido, mas pronto...)

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Uma reflexão...(desculpem a expressão)

Uma reflexão filosófica. Era uma boa ideia até me lembrar que não tenho jeito para pensar. A minha cabeça está demasiado cheia com tudo o que ouvimos e vemos todos os dias. Uma mistura de futilidades e labirintos mentais que acabam por cortar as nossas asas quando queremos voar.

Não estou à espera de dizer alguma coisa de especial, nem acho que esperem isso de mim. A poluição informativa continua a oprimir a minha liberdade de expressão, limito-me a sofrer de uma espécie de verborreia ligada ao teclado e à caneta, mas apenas quando consigo pegar nestes instrumentos.

Fecho os olhos. As vozes surgem, não sem nexo, não sem lógica. “A vida é como um espelho, uma espécie de ilusão.” Olho num espelho, uma ilusão na minha mente. “Porque é uma ilusão se, quando olho, vejo as coisas como elas são?”, penso eu, respondendo àquela voz. “A ilusão está completa quando olhas mais de uma vez à tua volta e vez exactamente o mesmo…”.

Olho mais uma vez para aquele espelho, solitário e imaginário, dominando uma sala vazia que pessoas como eu conseguem identificar como sendo a mente. “Se ao menos pudesse partir a película metálica do espelho que me impede de ver o outro lado….” A voz, troante, soou novamente “Se o fizesses, apenas verias por detrás a parede onde o espelho estava pendurado”.

Então, não existe maneira nenhuma de penetrar nos segredos do ser humano; os pensamentos e as memórias, os sentimentos e as sensações, para sempre escondidos, omissos na esfera do conhecimento real.

Por isso, sim, por isso me escondo na minha mente, poderosa no seu próprio campo de acção; desenho as histórias e as personagens. Obedecem a regras próprias, desconheço o que fariam na realidade. Já não conheço mais o mundo real; se calhar nunca o conheci…

A única coisa que me resta é olhar-me ao espelho e ver que nem o que está dentro daqueles olhos me é revelado.

Fiquemos com o eterno mistério da nossa humanidade. E um pedido de desculpas: para que serve reflectir para voltar ao ponto de partida?

Volto de novo ao lugar que antes ocupava: detesto estas pessoas que se põem a dar opiniões semi-filosóficas sobre a vida, juntando uma data de lugares comuns sem terem a verdadeira noção do que é a vida. São como eu: inundados pela imundice que pulula na nossa cultura e não nos deixa ver o que está por baixo.

São como eu e, agora mesmo, eu imitei-os.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Sexta Feira 13


Factos verdadeiramente extraordinários sobre Sexta Feira 13.

Sabias que, neste dia, ...

1.  Se atirares um ovo ao ar e não colocares nenhum obstáculo entre ele e o chão, há 100% de probabilidades de teres de lavar o chão?

2. Continuas a ter vontade de te suicidares se ouvires Tony Carreira?

3. Se esfregares a cara com uma mistura de excremento de piriquito e nata, é grande a probabilidade de ficares a pensar porque raio o fizeste?


4. Quem fica em casa com medo do azar pode dormir mais do que quem vai trabalhar?

5. É tão deprimente estar a ler isto como em qualquer outro dia?

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Vincent - Tim Burton




Vincent Malloy is seven years old
He’s always polite and does what he’s told
For a boy his age, he’s considerate and nice
But he wants to be just like Vincent Price

He doesn’t mind living with his sister, dog and cats
Though he’d rather share a home with spiders and bats
There he could reflect on the horrors he’s invented
And wander dark hallways, alone and tormented

Vincent is nice when his aunt comes to see him
But imagines dipping her in wax for his wax museum

He likes to experiment on his dog Abercrombie
In the hopes of creating a horrible zombie
So he and his horrible zombie dog
Could go searching for victims in the London fog

His thoughts, though, aren’t only of ghoulish crimes
He likes to paint and read to pass some of the times
While other kids read books like Go, Jane, Go!
Vincent’s favourite author is Edgar Allen Poe

One night, while reading a gruesome tale
He read a passage that made him turn pale

Such horrible news he could not survive
For his beautiful wife had been buried alive!
He dug out her grave to make sure she was dead
Unaware that her grave was his mother’s flower bed

His mother sent Vincent off to his room
He knew he’d been banished to the tower of doom
Where he was sentenced to spend the rest of his life
Alone with the portrait of his beautiful wife

While alone and insane encased in his tomb
Vincent’s mother burst suddenly into the room
She said: “If you want to, you can go out and play
It’s sunny outside, and a beautiful day”

Vincent tried to talk, but he just couldn’t speak
The years of isolation had made him quite weak
So he took out some paper and scrawled with a pen:
“I am possessed by this house, and can never leave it again”
His mother said: “You’re not possessed, and you’re not almost dead
These games that you play are all in your head
You’re not Vincent Price, you’re Vincent Malloy
You’re not tormented or insane, you’re just a young boy
You’re seven years old and you are my son
I want you to get outside and have some real fun.

”Her anger now spent, she walked out through the hall
And while Vincent backed slowly against the wall
The room started to swell, to shiver and creak
His horrid insanity had reached its peak

He saw Abercrombie, his zombie slave
And heard his wife call from beyond the grave
She spoke from her coffin and made ghoulish demands
While, through cracking walls, reached skeleton hands

Every horror in his life that had crept through his dreams
Swept his mad laughter to terrified screams!
To escape the madness, he reached for the door
But fell limp and lifeless down on the floor

His voice was soft and very slow
As he quoted The Raven from Edgar Allen Poe:

“and my soul from out that shadow
that lies floating on the floor
shall be lifted?
Nevermore…”

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Memórias (3)

 O meu acusador virou-se para mim. Os seus olhos diziam-me que ele sabia o que eu sentia. Depois de uma demorada apreciação a todos esses sentimentos, perguntou-me:

– Como te chamas, jovem?

– Tomás. – respondi eu, atabalhoadamente.

Olhou-me nos olhos e perguntou, calmamente:

– Confessas ter assassinado outro homem, sem motivo aparente e sem ataque por parte desse mesmo homem?

As lágrimas vieram-me aos olhos. Tentei não chorar, mas quando ouvi o meu crime dito em voz alta, o peso na minha consciência aumentou consideravelmente. Durante algum tempo deixei as preciosas gotas caírem, e digo preciosas por as ter vertido tão poucas vezes na minha vida, algo que o meu acusador permitiu, esperando pacientemente, com os seus grandes olhos pousados em mim. Ainda com as lágrimas a correrem nos meus olhos, desviei o olhar do acusador e respondi:

– Sim. Confesso.

A audiência continuou impávida e serena como antes. Apenas o acusador falou, agora com uma expressão triunfal estampada no rosto redondo:

 – Então, está encerrada a sessão. – e mudando depois para um tom de voz mais formal, continuou – A pena para este crime é a pena capital. – virando-se para dois dos <>, ordenou – Vocês dois vão buscar a injecção letal…

Ia acrescentar algo, mas interrompeu-se e dirigiu-se a alguém que estava atrás de mim:

– Quem é você? O que faz aqui? Não aprendeu que não deve entrar sem permissão?

E uma voz atrás de mim soou, uma voz masculina, suave e atraente, num tom de chacota evidente:

– Ora, não iria deixar este jovem sem defesa, pois não? E quem sou eu? Sou o advogado de defesa do Tomás. Pode-me chamar Jonas, como o filósofo e a personagem bíblica.

O acusador olhou-o, desconfiado. Mas depois, um sorriso malicioso rasgou a face e disse:

– Pode prosseguir com a defesa, pois a acusação terminou agora mesmo. Veremos o que consegue, porque, não sei se sabe, está a brincar com o fogo.

Jonas avançou para o meu campo de vista. A pele, de tez escura, contrastava claramente com o fato, de um branco puro. Os olhos e o cabelo eram igualmente escuros, sendo este último muito curto. Tal como a voz, ele era fisicamente atraente. Devia ter trinta e poucos anos, mais dez do que eu. Lentamente, ele começou a discursar:

            – Vou-vos falar de Jonas, a personagem bíblica. Deus deu uma tarefa ao homónimo: avisar os habitantes de Ninive, a capital do Império Assírio, que seriam castigados pelas suas maldades. Mas Jonas queria que os habitantes de Ninive fossem castigados pelo mal que fizeram aos Israelitas, o seu povo e, por isso, fugiu para o mar. Mas, durante uma grande tempestade, Jonas foi lançado à água e foi engolido por um peixe. Dentro do peixe, rezou, e Deus ordenou ao peixe que o cuspisse para terra firme. Depois, Deus formulou a mesma ordem e, desta vez, Jonas aceitou.

            E Deus apenas boas verdades nos ensinou. Ensinou-nos a perdoar e a preocuparmo-nos com os outros, ainda que nos tenham feito mal. Porque é que não perdoamos também este jovem? Ele merece o perdão, ainda que não tenha agido correctamente. Tomás pode aprender novos valores, para os perpetuar, para os fazer durar até às gerações seguintes. Segundo Jonas, o filósofo, as nossas acções devem ter em conta as gerações futuras. 

Parou subitamente de falar, para ver o impacto que criara na audiência. E sorriu levemente, ao reparar que a audiência estava completamente absorta, suspensa nas suas palavras. E, calmamente, como antes, prosseguiu o seu discurso:

– Libertem-no e o futuro estará assegurado. Quem está comigo?

E com estas palavras, todos os <> que se encontravam sentados levantaram-se lentamente, em apoio.

Desta vez, Jonas sorriu abertamente. O meu acusador também apoiava as palavras de Jonas e, para demonstrar esse apoio, avançou até ficar a um braço de distância do meu defensor e disse, sorrindo abertamente, como um reflexo da pessoa a quem se dirigia:

– Acho que é justo. – e ainda com o olhar fixo em Jonas, falou, bem alto, para os seus companheiros – A partir de agora, este homem é livre.

Depois, calmamente, aproximou-se de mim e falou, no mesmo tom com que se dirigiu antes à audiência, agora completamente extasiada com o final deste julgamento:

– Cuidado com as tuas acções futuras, porque continuaremos a vigiar estas ruas com o mesmo zelo de antes.

De seguida, afastou-se e deu, em voz alta, a sessão por encerrada.

Aproximei-me vagarosamente de Jonas, o meu novo protector, e pedi-lhe para falar com ele a sós. Ele aceitou. Encostamo-nos a um canto do pequeno armazém. Queria-lhe perguntar várias coisas que estavam baralhadas na minha mente. Por isso, inquiri-o nervosamente:

– O que faz aqui? Porque me defendeu? Não deseja que eu seja castigado por um crime tão hediondo, tão violento, tão errado?

sábado, 24 de janeiro de 2009

Entre a rosa e a espada


Entre a rosa e a espada.
Olhos de ouro engolidos pela terra.
Quero ver e não posso
Quero sentir e não quero,
Que a bruma de sangue
Engole-me a mim
Mas não engole a minha mágoa…

Quero dormir,
Dormir o longo sono
Que a minha alma sonha.
Já eu só tenho pesadelos…
A espada corta e rasga,
E destas aberturas meu coração
Apenas bombeia para me esvair mais depressa.
Mais depressa acabe a dor,
Mais perto os meus passos me levem
Antes de cair e não mais me levantar.

O vento assobia, breve, num campo de flores
Que nascera,
Ao lado do trono dos reis e das eras.
Caminho para elas.
Arrasto as sandálias de legionário.
Estendo a mão para a mais vermelha delas.
Ela golpeia-me da mesma forma
Que a espada sanguinária.
A dor não cessa com a beleza
E ela alimentasse do sangue que corre em mim.

Exangue,
Recordo as duas fontes
Onde colhi
O hidromel das memórias.

E, entre a rosa e a espada,
Me sepultaram:
Aqui jaz
Soldado sem glória
Soldado sem memória
Soldado sem paz
Aqui me sepultaram
Aqui me esqueceram.